Pilares essenciais no ministério

Tony McKinnon
Diretor da Associação Ministerial Rhema, nos Estados Unidos.

“Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13:34,35).

Perceba que João está registrando essas palavras de Jesus, e ele as traz em um tom de novo mandamento que nos orienta a amar uns aos outros. Jesus já nos diz que devemos amar como Ele nos amou, e Ele nos amou sem qualquer reserva, sem qualificações, de maneira altruísta e generosa, entregando a sua vida por nós.

Esses versos não têm nada a ver com amar o mundo, as pessoas que estão no mundo – sim, devemos amar o mundo, mas aqui se fala em amar uns aos outros no Corpo de Cristo. O mundo vai olhar para nós e perceber que somos discípulos dele quando nos amarmos uns aos outros. No culto, todos amam Jesus, mas nem todos nós somos tão amáveis assim.

Somos orientados a ter paz uns com os outros. João repete sobre amar uns aos outros várias vezes.

Em Romanos, Paulo diz para sermos carinhosos e afetuosos uns aos outros, devemos preferir em honra uns para com os outros. Em Romanos, somos cultivados a edificar uns aos outros, orientados a ter o mesmo pensamento uns para com os outros.

Devemos oestar uns aos outros, cuidar, ar e servir uns aos outros. Devemos carregar os fardos uns dos outros. Em Efésios 4, diz que devemos falar a verdade uns aos outros, devemos confortar e considerar uns aos outros, confessar os nossos pecados uns aos outros, ser hospitaleiros uns com os outros. Tudo isso é muito importante, e fazer essas coisas requer uma postura intencional nossa.

Muitas vezes, ficamos preocupados com o crescimento das igrejas, mas não podemos perseguir aquilo que podemos atrair. O povo só fica na igreja se encontrar amor, e o amor genuíno atrai.

A liderança e o ministério envolvem trabalhar com pessoas, e pessoas podem se apresentar voláteis, e isso pode ser complicado às vezes. Em algumas circunstâncias, os conflitos são inevitáveis. Temos conflitos oriundos de problemas e fortes pressões.

Atos 8 mostra conflitos a respeito de novos ministros. Atos 15, conflitos doutrinários, debates sobre o que acreditamos, ainda tem conflitos entre equipes. Paulo e Barnabé tiveram conflitos por causa de João Marcos. Perceba que esses momentos nos forçam à mudança e ao crescimento. Esses conflitos são alternativas saudáveis ao status quo. Mas se queremos frutos que permanecem, devemos nos colocar em amor, porque o amor tem que ser a nossa régua para tudo. Se seguirmos a verdade em amor, cresceremos.

“Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Efésios 4:15).

Amor sem verdade se torna natural e sentimental. Ele afasta as pessoas e faz com que pessoas permaneçam em seus problemas. A verdade sem amor é brutal, mas a verdade em amor é espiritual, cheia de esperança e ajuda.

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e todo o conhecimento, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria” (I Coríntios 13:1-3).

Quanto mais tempo eu ensino a palavra, mais convencido eu fico que nossos estudos bíblicos devem ser contextuais. Isso é pilar da interpretação bíblica, existe uma verdade contextual que traz a sua aplicação. Se você não entender a aplicação primária, ficará difícil de entender e acabará perdendo a aplicação da verdade.

Existe um contexto em Coríntios 13, e ele foi pensado para a igreja, esse segredo de uns para com os outros. Paulo vem nos mostrando que o nosso maior desafio é conviver com outros irmãos; o texto fala sobre pessoas com pontos fortes competitivos e não fraquezas competitivas. Paulo nos mostra como istrar o ambiente para que ele seja saudável e atenda às suas funções.

Você consegue amar pessoas que não são iguais a você?

Estou falando do contexto igreja. Nós não somos a totalidade do Corpo de Cristo, tem outras partes. Como nós nos relacionamos com eles? Qual é o padrão que devemos aplicar para liderar outras pessoas, ao mesmo tempo que aplicamos esse padrão para nós mesmos? O que de fato está nos impulsionando, dirigindo e nos mantendo estimulados?

Como devemos usar os nossos dons?

O texto de I Coríntios 13 não foi escrito por acidente. Paulo fala sobre dons, diversidades e manifestações do espírito, ele fala em Coríntios 13 sobre amor e no 14 ele nos traz regras para esse amor se manifestar na igreja. O capítulo 13 parece um cimento que cola o capítulo 12 e 14. Amor, dons e manifestações espirituais estão ligados. Amor e unidade estão ligados aos dons e manifestações.

“Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, ando-vos uns aos outros em amor, Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós” (Efésios 4:1-6).

Perceba que no início Paulo nos ensina a andar de modo digno ao chamado, depois ele traz instruções para andarmos uns com os outros. Um dos pilares de vocês no Verbo da Vida é “Somos um, somos muitos”.

O verso 3 diz esforçando-vos, sendo diligente, tendo empenho, esforço para manter e preservar a unidade.

Jesus criou a unidade, e estamos unidos juntos uns com os outros; ele criou, mas nós devemos nos manter unidos uns com os outros. Dá trabalho ser um, mesmo com a sua esposa dá trabalho.

Não importa o tanto de talento que você tem. No fim do dia, o que importa é o amor que você emprega. Cada um de nós tem uma paixão no coração que foi dada por Deus. Há algo dentro de você que queima e te leva a uma direção específica, e uma frequência específica dentro, como um modo padrão que a gente funciona, e a lente de como você enxerga a vida.

Paulo distingue quatro áreas que as pessoas mais são dirigidas e conduzidas:

Sem amor, aquilo que poderia ser seu ponto forte se torna a sua fraqueza. É preciso amor para enxergar não apenas o nosso dom, mas o do outro. As divisões nas igrejas não acontecem por causa dos perdidos, pecador não divide igreja, quem as divide são os crentes.

Todos nós podemos ser um agente de unidade ou de divisão, escolha qual você será.

Você pode unir as pessoas ou dividi-las!

1. Pessoas que são apaixonadas pela oração. Existem pessoas que só oram porque é o jeito, para obedecer. Outras, que oram pela disciplina que cultuam, mas tem quem ora porque é apaixonado por orar. A oração é algo central para estas pessoas. Mas é necessário equilíbrio para as pessoas não se tornarem devotas e místicas. Paulo não desencoraja a atenção à oração, porque a oração apaixonada é vital, mas ela tem que ser motivada pelo amor.

2. Pessoas que são dirigidas para os dons espirituais. As pessoas que são motivadas pelos dons, especialmente a profecia, as pessoas do profético, tenho amigos proféticos que são meio estranhos, mas eu os amo e eles me ajudam demais. Essas pessoas que têm o foco na profecia são muito importantes, mas é preciso istrar esse foco por meio do amor. Sem amor, a melhor das revelações te deixará estufado. Sem amor, os dons podem se tornar manipulativos e servir ao interesse próprios. O nosso dom deve ser para amar e ajudar outras pessoas.

3. Pessoas que são guiadas para o campo da fé. O pessoal da fé, o povo dirigido pela fé, são sempre focados nas promessas bíblicas. São os que dizem: “Estou crendo para grandes coisas”. Sim, precisamos crer, mas nunca devemos ensinar uma vida de fé que traz condenação para as pessoas, porque a Palavra de Deus é o nosso fundamento central. A fé não exclui as outras áreas. Devemos ser da fé, mas da profecia, da oração e dos que servem também.

4. Pessoas que são dirigidas para o serviço. Chegamos às pessoas que são dirigidas pelo serviço. Elas pensam: “O que estamos fazendo para atender as necessidades das pessoas?” “Por que não estamos ajudando os feridos? Queremos ação social, ir nas comunidades?” Mas se isso for levado a um extremo, se torna o evangelho social, porque fora do amor, podemos levar culpa aos que não estão fazendo ações assim como as nossas e eles se sintam diminuídos. O nosso princípio é o amor.

Nós podemos operar e ser apaixonados por mais de uma área dessas, mas a despeito disso, isso não nos faz mais maduros ou superiores aos demais irmãos. Esses dons e paixões são dados para que sirvamos uns aos outros. Deus não espera que ninguém faça tudo no ministério. Na verdade, nós somos deficientes por projetos e limitados. Ele quer que sirvamos uns aos outros e dependamos dele.

Os dons ministeriais são diversos entre si. Deus projetou os 5 dons não para competir, mas para complementar uns aos outros. O amor deve ser a nossa maior motivação e paixão, que possamos fazer a nós mesmos essas perguntas:

O amor é mais importante do que as nossas mais profundas paixões. Se a gente deixar o amor de lado, não teremos mais tijolos para construir. Se certifica que o fator que te motiva é o amor. Se você, como ministro, conseguir se afastar e ter uma visão panorâmica, verá que o amor será sempre a prioridade. Sem amor é só barulho, atividade sem amor é raso, sacrifício sem sinceridade não vale a pena.

O amor deve ser uma marca presente na vida de cada ministro. O amor nunca falha, ele permanece além do púlpito até a eternidade. A maior marca de qualidade cristã não é o carisma, é o amor do tipo de Cristo. Pregue com poder, mas ministre em amor, lidere com visão, mas ame com compaixão, corrija com a verdade, mas mantenha a graça. 

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