Coodenador do Departamento Financeiro e de Contabilidade do Ministério Verbo da Vida
Em toda a Bíblia é possível ver o cuidado de Deus com a humanidade, e o quanto somos importantes para Ele. Desde o início na criação até os dias de hoje, o Senhor tem nos dado instruções claras de como devemos proceder na nossa caminhada aqui na terra.
Ele sempre foi excelente e cuidadoso em tudo que apontava para ser feito ou construído. Foi assim com os materiais usados na arca de Noé, referidos em Gênesis 6.13-22, ou os procedimentos de conduta e padrões que deveriam conduzir o tabernáculo de Moisés, presente em Êxodo 40.1-5.
Desta mesma maneira, Deus sempre deu instruções claras sobre como o homem deveria se alimentar, desde a sua formação no Jardim do Éden até a atualidade. Os apóstolos deixaram claro aos gentios com relação ao que não deveriam se alimentar.
Gênesis 1.29 (ARA) diz: “E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento”.
Vemos que, no Jardim, durante a criação, Deus apresenta ao homem o seu respectivo mantimento: uma dieta balanceada, com frutos que dão sementes e ervas para subsistência da vida. Porém também é apresentado um contraponto de algo que, de maneira alguma, servia para alimento: o “fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gênesis 2.16-17).
Em Gênesis 9.3, assim que Noé saiu da arca, Deus instruiu claramente sobre um novo alimento que estaria sendo incluído na dieta da humanidade: a carne de animais. Da mesma forma, Ele também nos adverte sobre o que não é alimento. O próprio Deus faz referência ao sangue como vida e não alimento, reforçando a mesma orientação dada a Moisés, em Levítico 17.10-11. Ele aponta que o sangue seria um elemento para expiação ou preservação do povo hebreu, de forma momentânea (Hebreus 10.1), até que Jesus viesse e o Seu sangue redimisse toda a humanidade, morrendo como um cordeiro imolado (Apocalipse 13.8), conduzindo-nos à vida eterna.
Os apóstolos também escreveram aos gentios em Antioquia, Síria e Cilícia sobre alguns requisitos que o Espírito Santo advertia sobre conduta e alimentação, sinalizando-os para que não comessem sangue.
Em Atos 15.28,29 (ARA) está escrito: “Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais ilícitas; destas coisas fareis bem se vos guardardes”.
É necessário entendermos o contexto em que os apóstolos estavam quando escreveram a carta e as recomendações necessárias aos gentios, pois, como sabemos, aqueles homens e mulheres haviam acabado de receber Jesus, mas ainda estavam com práticas das culturas politeístas. Eles exortavam a uma prática e conduta apontada por Deus, como vimos anteriormente, principalmente com relação ao que é alimento. Ainda sobre alimentação, Jesus, em Marcos 7, é confrontado por escribas e fariseus devido ao fato de os discípulos não lavarem as mãos para comer, seguindo as tradições judaicas.
Nos versículos 18 e 19, o próprio Jesus afirma que os alimentos que entram no estômago do homem não podem contaminá-lo, já que Deus considera todos os alimentos puros. Essa agem sempre tem sido apontada por alguns como uma defesa para que se coma sangue, mas é necessário analisar o que o versículo fala literalmente. O verso 19, na versão ARA, aponta que “considerou ele puros todos os alimentos“.
Assim, apesar de Deus considerar puro todos os alimentos, em nenhum momento das Escrituras verificamos Ele sinalizando o sangue como alimento. Inclusive, Jesus advertia quanto aos costumes do talmude — que as tradições judaicas chamam de netilath yadayim, — de exigir a lavagem das mãos, como um ritual praticado e descrito em Levíticos 15:11. Em resumo, Deus sempre deixou claro que o sangue não deve ser consumido, pois representa a vida e tem um propósito sagrado. Mesmo reconhecendo que os alimentos são puros, isso não inclui o sangue, que permanece proibido na Bíblia. Respeitar essa instrução é obedecer a Deus e preservar nossa saúde espiritual. .
