“Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo” (Gálatas 1.10).
Uma das coisas que considero vitais para uma vida plena na terra, talvez seja uma das coisas mais escassas: viver de verdade. É possível que alguns ao lerem isso pensem que eu esteja falando sobre aproveitar a vida, curti-la, viver o presente, mas não tem nada a ver com isso.
O que me proponho a tratar é sobre uma vida que prova dos benefícios da escassez das mentiras perante a abundância de verdades. Agora, quando digo mentira, vou além do simples fato de falar algo que não aconteceu, me refiro ao “ser” o que não é, demonstrado nas redes sociais. Infelizmente, abro uma brecha para outro clichê que, já de antemão, afirmo que não tem a ver com ele. Aquele que muitos ficam repetindo de que a vida das pessoas não é perfeita, questionando o fato de que ninguém posta algo ruim nas redes sociais (como se alguém curtisse registrar momentos assim). Não, não tem a ver com essa perspectiva exageradamente simplória.
Paulo deixa bem claro o que o move: agradar a Deus. Paulo não vive para agradar pessoas, para ser bem visto ou receber qualquer favor delas. Paulo temia a Deus e não a homens.
Em tempos nos quais o SEU propósito, o SEU destino, o SEU sucesso é o que importa, temos uma sociedade tão egocêntrica que, inicialmente, as pessoas começam a viver a vida como se todos reparassem tudo o que você faz. Um sentimento de ser muito notado leva as pessoas a fazerem o que não deviam e a deixarem de fazer o que deviam.
Me permita exemplificar tudo isso. Por exemplo, muitas pessoas não oram por enfermos nas ruas, não oram por sua refeição em um restaurante (mesmo tendo o costume de fazer isso em casa), não adoram livremente no culto por pensarem no que os outros vão achar, como ele vai parecer, que ele pode se envergonhar, quando 99% das vezes, praticamente, ninguém vai reparar.
Do outro lado, temos pessoas que agem performaticamente, se portam de forma não natural, não genuína e nem um pouco sincera, em prol de ser bem vista, em prol de conseguir algo, quando igualmente as pessoas não o notam e, possivelmente, quando notam, percebem a falta de verdade no seu viver.
Obviamente, quando as Escrituras afirmam que a verdade liberta, Ela se refere ao conhecimento de Cristo, da Palavra de Deus. Contudo, creio de todo coração que viver de verdade, nesse sentido que procurei apresentar aqui, também é libertador.
Viver uma vida onde não temo o que irão falar de mim, pois não existirá incongruência, no máximo um engano a respeito de algo que aconteceu, que claro, pode ser rapidamente resolvido em uma conversa.
Ser quem você é, sem reservas, sem amarras, sem performance. As pessoas vendo você como Deus o vê, “sem vestimentas ou trajes”, nu e patente.
Aqui mais uma vez nesse mundo cheio de opiniões e ideias clichês me vejo na obrigação de tomar outro cuidado ao afirmar tais coisas. Ser você não é ser orgulhoso ao ponto de não mudar. Ser você não é se agarrar na desculpa de que você é assim e sempre será assim.
Ser você é agir diferente quando você se tornou alguém diferente ou quando você está tentando ser alguém diferente, mas não para parecer alguém diferente. Sacou? Se não, releia esse raciocínio, porque é bem simples a ideia. Basicamente o que quero dizer é que se você me encontra agindo diferente (de forma positiva) do que comumente eu ajo, é porque eu mudei ou estou procurando mudar, mas jamais será para simplesmente agradá-lo ou ganhar qualquer benefício de terceiros com isso.
Talvez, o ato mais revolucionário que uma pessoa possa dar é viver de verdade. É abraçar o Evangelho sem reservas ou negociações. É procurar ser como Cristo e não somente aparentar ser como Ele. É viver uma vida como se estivesse na Audiência de Homem Só.
Conte a verdade mesmo que gere danos a você. Conte a verdade mesmo que seja uma desvantagem para você. Conte a verdade para ser alguém de verdade. Vida real, gente real, olhares reais, conversas reais. Uma vida que não é repleta de segundas intenções.
Prove desse estilo de vida e você perceberá a leveza dessa liberdade. “Tire a maquiagem”, dispa-se de toda fantasia, retire a máscara, cesse a atuação.
A vida não é uma ficção para você ser um personagem. A vida é real! Viva de verdade!