por Caroline Honório
Afirmar que blasfêmia contra o Espírito Santo é um pecado imperdoável não contraria I João 1.9, que diz: “Deus perdoa pecados e purifica de toda injustiça”?
Vejamos o que a Palavra de Deus nos diz a esse respeito.
“Se alguém disser alguma palavra contra o Filho do Homem, isso lhe será perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, isso não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no porvir” (Mateus 12.32).
Ao analisarmos o contexto, veremos que se tratava de uma discussão entre Jesus e os fariseus, os quais haviam chamado Jesus de Belzebú.
Os fariseus, que eram doutores da lei, deveriam ter sido os primeiros a reconhecerem Jesus como o Messias, visto que Jesus fazia tudo o que a lei e os profetas haviam dito que o Messias faria. Eles, porém, rejeitaram Cristo. Como demonstra o texto citado, foi o próprio Jesus quem disse que a blasfêmia contra o Espírito Santo não seria perdoada, mas, para entender melhor o que seria esse pecado, precisamos entender alguns aspectos a respeito do Espírito Santo.
Os que rejeita a fé
A Bíblia nos diz que é o Espírito quem nos convence a crer em Cristo (João 16.7-8) e dá testemunho de Cristo (João 15.26). Isso significa que foi por meio do Espírito Santo que cremos em Jesus. Por tudo isso, entendemos que blasfemar contra o Espírito é deixar de crer em Cristo, ou seja, somente alguém que recebeu o testemunho de Cristo por meio do Espírito e foi por este convencido a crer pode blasfemar contra o Espírito.
Esse pecado não tem perdão, pois, como afirma Hebreus 6.6, é impossível que os que um dia creram, porém deixaram de crer, se arrependam, pois estariam crucificando Cristo novamente.
O texto de Hebreus 10.26 fala sobre viver uma vida de pecado deliberadamente depois de ter crido em Jesus.
É preciso ressaltar que, assim como não fomos salvos por nossas obras, não perdemos a nossa salvação por causa delas, mas, sim, por deixar de crer em Cristo Jesus. Porém uma vida de pecado pode nos levar a deixar de crer.
Portanto, para se caracterizar a blasfêmia contra o Espírito Santo, é necessário que a pessoa que teve uma vida no Espírito, que provou do poder de Deus e que sabe que a Palavra é a verdade decida rejeitar a fé, considerando o sacrifício de Cristo como sem qualquer valor, com a intrépida resolução de não se arrepender, o que o levará a uma vida de incredulidade e pecado deliberado.
Por tudo isso, podemos afirmar que não há contradição entre os textos de Mateus 12.32 e 1 João 1.9, pois blasfemar contra o Espírito Santo é deixar de crer naquele que é a remissão dos nossos pecados.
“Quando, porém, vier o Consolador, que eu enviarei a vocês da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim” (João 15:26).
“É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se tornaram participantes do Espírito Santo, provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à zombaria” (Hebreus 6.4-6).
“Porque, se continuarmos a pecar de propósito, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados” (Hebreus 10.26).