Por: Manasses Guerra
O apóstolo Paulo declara em sua carta aos irmãos em Roma: “E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.” 1 .
Ao mesmo tempo em que ele afirma uma conquista sob a condição do que Cristo padeceu, parece também assegurar um ganho, que podemos ou não usufruir, condicionando tão maravilhosa dádiva – filhos e herdeiros – ao “padecermos com ele (Cristo)”.
A questão é que Deus nos insere na gloriosa graça de Cristo, no seu maravilhoso triunfo sobre as trevas e o mal. Porém, somos participantes desta graça, ao mesmo tempo em que estamos também inseridos em um contexto decadente e inimigo do próprio Deus. E pode até parecer que a manifestação daquilo que Cristo diz que somos, dependesse de uma boa performance da nossa parte.
Vejamos, estamos batizados em Cristo e no fundamento da Palavra de Deus, mas rodeados por um mundo que vulgariza os princípios divinos. Um sistema que tem priorizado um estilo de vida carnal e leviano, em nome do prazer e da fuga do que é sando e piedoso. É como se a proposta de uma vida regida pelos princípios de Deus fosse agora obsoleta. Como diz um poeta, “é que o sagrado se tornou hilário”.
Portanto, o que Paulo está dizendo é que padeceremos diariamente para manifestarmos os resultados do que Cristo padeceu. Alguém poderia dizer: “como eu conseguiria vencer toda masmorra decadente, e ter a certeza de que ‘concluiria’ o que Jesus começou?” Ele então elucida essa questão, afirmando graciosamente que é o próprio Deus quem invoca dentro de nós, chamando por aquilo que é superior e glorioso. Padecemos à medida que não nos entregamos à vida carnal. Mas desfrutamos da graça que entra em ação, quando deixamos que ela produza em nós, resultados que não conseguimos em nós mesmos.
As aflições e as dores, decorrentes desta jornada na contramão de um mundo submerso no engano, “não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” 2 , afirma Paulo.
Na sua carta aos romanos, Paulo afirma que fomos salvos na esperança da glória que será revelada 4 , e que toda criação está gemendo na esperança de que não abandonaremos a nossa esperança: a nossa definitiva manifestação como filhos, livres enfim de toda escravidão e a vitória do espirito sobre a carnalidade 5 .
Portanto, não sabemos muitas vezes o que exatamente fazer, ou pedir, ou invocar, para nos sairmos bem e não decepcionarmos toda obra e expectativa de Deus ao nosso respeito. Por isso, Deus estabelece um permanente “plantão de socorro” dentro do nosso espírito, recriado na justiça de Cristo: “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.” 6 .
Quando o povo de Deus estava sofrendo amargamente com a escravidão no Egito, e não mais encontrava palavras para traduzir a dor ou emitir um pedido de socorro, “ouvi os seus gemidos, e desci a livra-los” , disse o Senhor. Tanto neste texto do livro de Atos, quanto no de Romanos, a palavra grega usada é stenagmos, que quer dizer “gemidos inexprimíveis do coração”. Deus lida pessoalmente com o clamor que o nosso espirito emite, inspirado pela liberdade para a qual nascemos.
O Espírito Santo conecta a nossa vida com a vida gloriosa de Cristo, à medida que desejamos, cremos e confiamos, elevando a nossa vida para o patamar em que herdamos tudo aquilo que o Filho já tem por direito. Assim, deixe que o seu coração emita orações e canções, que deem ao Espírito a oportunidade de manifestar na sua vida a libertação do cativeiro do pecado e o triunfo definitivo de Cristo.
1 Comentário
Eviem o estudo nao extingais o Espirito ameiii esse que li.