Quando conheci Jesus, ainda não sabia nada sobre a Bíblia. Não havia uma Bíblia em casa. Eu não sabia onde ficavam os livros ou como abrir em capítulos e versículos. Mas naquele encontro, mesmo sem saber, mesmo desconfiada, eu fui alcançada e meus olhos foram “abertos”. E posso afirmar: Deus tem uma palavra para cada um de nós.

Desejo compartilhar a história de alguém que também foi profundamente transformado: o apóstolo Paulo. Antes conhecido como Saulo, ele escreveu grande parte do Novo Testamento. Mas sua história não começou bem. Ele mesmo diz, em sua carta a Timóteo, que foi blasfemo, perseguidor e insolente. Ele perseguiu cristãos, participou da morte de Estevão — um homem de Deus — e consentiu com sua execução, carregado de ódio e convicção.

Saulo era judeu, criado segundo os costumes mais rígidos da tradição. Desde pequeno, foi ensinado a crer que somente os judeus estavam certos diante de Deus. Esse ensino o levou a rejeitar e combater os seguidores de Cristo. Mas a convicção de Saulo não vinha de uma experiência com Deus; vinha da cultura em que ele foi formado.


Um ambiente que molda percepções

Vivemos algo semelhante. Muitos são influenciados por um ambiente que molda percepções. Nas escolas, por exemplo, há uma pressão para aceitar qualquer modelo como verdade, e muitas vezes o que é ensinado em casa parece ser colocado à prova. Jovens cristãos têm sido ridicularizados por manterem valores, por se guardarem, por não seguirem certos padrões culturais.

Há adolescentes sofrendo bullying simplesmente por serem diferentes — por não se vestirem como os outros, por não se envolverem com comportamentos sexualizados, por não imitarem padrões da internet. Essa pressão é real, e pode confundir até mesmo quem foi criado na fé.

Histórias de jovens que, por não se encaixarem, am a questionar sua identidade, são cada vez mais comuns. Essa confusão, muitas vezes, é alimentada por conteúdos ados na internet, por conversas banais e por influências contínuas que entram pela visão, pela audição, pelas redes.


Armadilhas silenciosas

Um exemplo claro disso é a pornografia. Uma armadilha silenciosa, viciante, que atua como uma droga no cérebro. E tudo começa com uma simples curiosidade, que alimenta um ciclo difícil de romper. O que vemos, ouvimos e consumimos molda nossa mente.

Paulo, ou melhor, Saulo, foi radicalmente confrontado em sua jornada. Quando estava a caminho de Damasco, com o intuito de prender cristãos, uma luz o cercou, e ele caiu. Ouviu uma voz: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” Era Jesus. Aquele a quem ele combatia diretamente, mesmo sem conhecê-Lo.

A partir desse momento, tudo mudou. Saulo ficou cego por três dias, incapaz de enxergar o mundo como antes. Foi levado à cidade e ali esperou. Enquanto isso, Deus chamou Ananias, um discípulo, e o enviou a Saulo. Ananias relutou: conhecia a fama daquele homem. Mas o Senhor lhe disse: “Vai, porque ele é instrumento meu.”


Tirando as escamas dos olhos

Quando Ananias impôs as mãos sobre Saulo, chamou-o de irmão. As escamas caíram dos olhos de Saulo, e ele ou a enxergar. Não apenas fisicamente, mas espiritualmente. Aquele perseguidor ou a ser proclamador da verdade.

A mensagem é clara: muitos têm escamas nos olhos. Elas foram colocadas por conversas, influências, conteúdos, mentiras. Mas há um convite de Deus para que essas escamas caiam. Para que você não veja mais com os olhos dos outros, nem com os seus próprios olhos naturais — mas com os olhos da fé, abertos pelo Espírito.

Talvez você tenha chegado confuso, desanimado, carregado por críticas ou sentindo-se deslocado. Mas não é para se encaixar no mundo. Você pertence ao Reino. Você é cidadão dos céus.


Rompendo com o engano

Pais, entendam o seus papéis. Vocês são como Ananias na vida de seus filhos. São aqueles que oram, impõem as mãos, e veem escamas caírem. A influência de vocês é insubstituível. Mesmo com pouco tempo, vocês podem marcar profundamente a vida de seus filhos com a fé. E aos jovens: há um chamado para enxergar. Para romper com o engano. Para viver como filhos de Deus. Quanto mais nos afastamos da Palavra, mais nossa identidade enfraquece. Mas quanto mais mergulhados na verdade, mais claramente vemos.

Por fim, que a luz de Cristo brilhe e remova toda cegueira espiritual. Que venham os dias em que possamos dizer como Paulo: “Fui alcançado, fui transformado, e agora vejo”.

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